quinta-feira, 7 de março de 2013

Pálida











 Meus pêsames. Como já é de costume, cada dia a mais, é uma parte a menos em mim. Sinto que evaporo, viro chuva e me deixo levar pelas ruas, fico pensando, do acordar até o adormecer, se um dia haverá uma mão na minha mão, pra segurar-me enquanto eu estiver pegando no sono, ou simplesmente quando eu escorregar no chão molhado da varanda de casa. Já são 00:48 horas da noite, praticamente 1:00 hora da manhã, o sono parece que criou pernas e saiu correndo, uma música do passado invadindo meus ouvidos, uma nostalgia infinita, vidas separadas, tanto passo em vão, a troco de nada eu me enfeitei, a troco de nada me perfumei. O perfume ficou na gaveta, o vidrinho ainda está na metade, nunca mais tive coragem de usar-lo, tua foto desbotada pelo tempo eu guardei (e guardarei) dentro do meu livro de autoajuda. Seja então feita, todas as vontades da vida ou de quem ou do que mais seja!
Será que o passado deve mesmo emportar agora?
Meu momento presente está bem mais amplo, ou será que eu estou tentando fugir da responsabilidade de sentir esse amor sozinha?
Sim, por que se ele sempre foi muito mais meu do que seu, não que eu quizesse que fosse dessa forma, excluir pastas, arquivos de computador, fotos, cd's... isso é toliçe, isso tudo só frusta o ego de quem sabe, que nada disso adianta, se dentro de você permanece mais vivo do que nunca, o rosto de alguém que te fez bem todo esse tempo, ainda que de longe. E tenha certeza e convicção de que esse é o lugar mais seguro, tão protegido que não existe botão "delete", é você, contra você mesmo.




Milena M.








 

Nenhum comentário:

Postar um comentário