quarta-feira, 6 de março de 2013

Esvaída














 Ele é meu! Eu vi primeiro!
Seria mais fácil se a lógica, se a sequência das coisas fossem assim!
Não sei se convivo com a dor ou com a verdade! Talvez ambas estejam caminhando lado a lado em minha vida. Nesse momento eu nem sei que música ouço, uma música que me lembre a primeira vez que vi teus olhos? Ou aquela do momento em que eu descobrir que não podia mais viver sem eles?
Não sei...
 A única coisa que sei é que o destino, num ato de crueldade me separou de você. E eu? O que sobrou de mim? Será que ainda existe algum resto? Um caco pulsando, tentando viver dentro do peito.
Se for pra os meus olhos veêm, frente a frente, alguém do teu lado, mesmo que esteja te fazendo bem ( por que é assim que eu quero te ver ) eu enlouqueço!
Eu não me reconhecia mais, sairia de mim e fugia pro deserto mais distante... meu quarto, meu travesseiro, meu fone de ouvido, minhas músicas. Só!
Não aceito outro toque! Não aceito outra voz! Não aceito essa devolução!
 Me tranformaria num jazigo ambulante, delineando erosões em minha face, causada pelas enxentes de lágrimas que derramei diante de todo o meu luto.
 Enterrando, definitivamente, as esperanças que tanto teimei em criar-las, alimentar-las. Nada foi por acaso eu sei, mas por que teve um final desses?
 Eu só queria alguém ou alguma entidade sei lá o que, que pudesse me responder tal pergunta. Sentir o que sinto agora não desejo a nenhum ser, por mais miserável que seja. Se um dia alguém for capaz de me fazer recuperar de tamanha decepção, eu agradeço. Nada tenho de meu, só esse amontoado de amor preso dentro do meu ser, um turbilhão de sentimentos que não tenho com quem dividir.
 Talvez o vento um dia o leve pra longe, pra descançar em paz por aí, num lugar onde possa morrer em paz e se despedir em paz, de si mesmo. Por que a matéria tá fraca e debilitada, cansada de ser o que nunca foi pra alguém.



Milena M.



 

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