Cai sob
minha cama o meu corpo fadigado. Depois de um dia de vida, pois é só isso que
me cabe agora, mais um dia de vida, por que até aqui ainda não me matei, nem me
mataram. Eu já sorrir muito a uns dias atrás, andei cantando pelas ruas a
noite, vendo a cidade se acender, mas nada que me levasse ao delírio que é
ouvir a voz da pessoa que amo. Faz alguns meses que não ouço as notas doces
daquela canção que me lembra tal voz, ponho as mãos no bolso da velha calça
jeans e me faço de surda a fim de não ouvir o tom dessa voz em minha mente.
Sei disfarçar
muito bem meus sentimentos, não me dou por vencido enquanto não vejo o fim de
tudo, e talvez, o fim de tudo seja o melhor para ambas as partes. Esse fim pode
ser bom ou ruim, tudo aquilo que começa bem, termina bem, do mesmo modo como
começa mal, termina mal.
Eu não
estou aqui para julgar os sentimentos de ninguém, uma vez que não posso julgar
os meus. Só não me esqueço de palavras, só não me esqueço de gestos, só não me
esqueço de momentos, eles forma meus e ninguém irá tirá-los de mim.
Papel e
caneta são os meus melhores amigos, agente se entende tão bem, viajamos a
lugares lindos, a momentos inesquecíveis. Nós nunca estamos sozinhos, eles
vivem comigo e eu vivo por eles, e é com eles que me desabafo e lhes conto
minhas emoções, minhas vontades e sensações, como agora que escrevo esse breve
texto, antes de cair na cama de vez, tomara que eu durma, por que onde eu
queria cair mesmo era em teus braços.
Milena M.
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