segunda-feira, 1 de abril de 2013

Tímida












Era uma moça tímida, sonhava com um amor verdadeiro, que a pudesse fazer sonhar, alguém pra lhe dar as mãos e levá-la pra longe, onde pudesse construir uma vida juntos. Até então, não sabia de nada entre um homem e uma mulher, suas mãos não sentiam nenhuma outra que não fossem as suas própias, quando ficava ansiosa na espera de alguém que nem sabia quando ia chegar.
Muita coisa mudou, pedia paciência aos céus, tinha horas que parecia que tudo iria ficar assim pra sempre, chorava e lamentava, não teve antes nem depois, mas não deixava as pessoas saberem de sua vida, as energias negativas que influenciavam em seus planos, desviou os pés dessas "poças de lama" e não olhou nos olhos desses lobos, essas feras abomináveis que desejavam estraçalhar seus sonhos. Diante de tanta dificuldade, seus cabelos assanhados denunciavam todo aquele viver, estava alí, perante o espelho, já era manhã, coragem não havia pra levantar e encarar a vida lá fora, não queria ouvir a voz de ninguém, calada permaneceu, seus pensamentos a acompanhava por onde quer que fosse, era muita coisa pra arrumar, pobre mulher alí sentada, rosto pálido, mãos trêmulas, seus olhos fixados ao chão, uma caneta e um papel a bastavam para que pudesse expressar toda a sua tristeza.
Mas quem foi que disse que ela não continuaria? Já estava acostumada a levar poeira nos olhos, conhecia o sol há muito tempo, quente ou morno não assustava mais, o que havia de construir não era como uma rocha que é perpétua, pois nem mesmo as pedras que ficam à beira do mar são intactas, onde a força das águas é tão imensa que com o bate e volta das ondas vai corroendo e dando forma diferente as paredes rochosas.
Tudo teve seu tempo, ainda que não soubesse aproveitar os espaços entre uma oportunidade e outra que aparecera, sabia que dalí sairia e que um dia conseguiria aquilo que fazem seus lábios sorrirem.


Milena M.






 

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